FAZ QUE VAI
Bárbara Wagner & Benjamin de Burca

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2019

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Curadoria de Moacir dos Anjos

EXPOSIÇÃO
FAZ QUE VAI, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca
Abertura: 13 de junho, às 21h30, até 28 de julho
Visita com o curador às 22h


Faz que Vai (2016) é o primeiro filme feito, em colaboração, por Bárbara Wagner (Brasil, 1980) e Benjamin de Burca (Alemanha, 1975), ambos residentes no Recife, Brasil. Nele e em outros que fariam a seguir – Estás vendo Coisas (2017), Terremoto Santo (2018), Swinguerra (2019) –, os artistas investigam, fazendo uso de sintaxe audiovisual que enfraquece distinções entre documentário e ficção, os modos como práticas coletivas ligadas à música e à dança são absorvidas e transformadas pelos corpos de jovens moradores das periferias de cidades do Nordeste do Brasil. Mais que isso, examinam como os processos de contínua reinvenção daquelas práticas afirmam diferenças de raça, classe e género, desafiando a distribuição de corpos que vigora no espaço social do país. Distribuição de corpos em lugares de trabalho, moradia e lazer que busca enquadrar – ou mesmo excluir – qualquer fato ou pessoa que fira normas ou padrões supostamente universais, embora sejam somente (e por tempo incerto) dominantes.Faz que Vai (2016) é o primeiro filme feito, em colaboração, por Bárbara Wagner (Brasil, 1980) e Benjamin de Burca (Alemanha, 1975), ambos residentes no Recife, Brasil. Nele e em outros que fariam a seguir – Estás vendo Coisas (2017), Terremoto Santo (2018), Swinguerra (2019) –, os artistas investigam, fazendo uso de sintaxe audiovisual que enfraquece distinções entre documentário e ficção, os modos como práticas coletivas ligadas à música e à dança são absorvidas e transformadas pelos corpos de jovens moradores das periferias de cidades do Nordeste do Brasil. Mais que isso, examinam como os processos de contínua reinvenção daquelas práticas afirmam diferenças de raça, classe e género, desafiando a distribuição de corpos que vigora no espaço social do país. Distribuição de corpos em lugares de trabalho, moradia e lazer que busca enquadrar – ou mesmo excluir – qualquer fato ou pessoa que fira normas ou padrões supostamente universais, embora sejam somente (e por tempo incerto) dominantes.

“Faz que vai, mas não vai” é o nome dado a um dos muitos passos do frevo, forma de música e de dança inventada no Recife entre o final do Século 19 e início do seguinte. Para historiadores, a origem do frevo pode ser buscada na articulação feita entre ritmos diversos (marchas militares, maxixes, dobrados, quadrilhas) que calharam de coexistir em período de acelerada urbanização e de importantes mudanças sociais no Brasil, como a abolição da escravatura e a instituição da República. Surgido no ambiente dos festejos do carnaval e valendo-se de instrumentos de sopro e percussão, o frevo congregava, em seu início, agitadas multidões em cortejos usualmente encabeçados por homens negros - ex-escravizados ou descendentes de quem havia vivido sob tal condição - que, valendo-se de movimentos de capoeira criados em contexto de resistência à violência colonial, abriam espaço para a passagem de seu grupo, intimidando outros que encontrassem por acaso nas ruas. É desses movimentos desafiadores de corpos finalmente libertos, estimulados pelo ritmo nervoso e apressado que a orquestra que vinha atrás tocava, que nascem e se consolidam, com o passar do tempo, os passos do frevo.

Ao longo de todo o Século 20, o frevo foi sendo gradualmente adotado, pelos moradores mais afluentes e influentes do Recife, como sua forma de música e de dança mais típica, tornando-se parte importante da invenção simbólica da cidade. Como coroamento desse processo de distinção, em 2012 o frevo se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, título concedido pela Unesco. Sem alarde, o trabalho de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca confronta essa domesticação do frevo, reclamando, para ele – mesmo se inevitavelmente espetacularizado –, a possibilidade de ser lugar de afirmação de alteridades e de disputa pela visibilidade de corpos negros, periféricos e não conformados a classificações estanques de gênero. Reclamando, para o frevo do Século XXI, sua potência criadora e crítica inicial."

Moacir dos Anjos


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AULA ABERTA
A Saco Azul e o Maus Hábitos em parceria com a FBAUP* organizam:
"Distribuição de corpos e representação das sobras no Brasil contemporâneo"
Orador: Moacir dos Anjos (curador)
Apresentação e moderação: Filipa Cruz (artista e investigadora)
Quando: 11.06, às 17 horas
Onde: Aula Magna, FBAUP | Av. de Rodrigues de Freitas 265

O Brasil é um país fundado em atos de violência cometidos pelos colonizadores europeus contra os povos indígenas e contra a população negra trazida à força da África e escravizada. É um país que se institui ancorado no racismo. Essa violência, sempre atualizada, promove uma assimétrica distribuição de corpos brancos, negros e mestiços em lugares de lazer, moradia e trabalho, na qual os primeiros possuem poder de movimento e de mando, enquanto os demais são submetidos, por meios diversos, a um regime de circulação regrada e de obediência às ordens dadas. Distribuição hegemónica de corpos por muito tempo reproduzida e confirmada na produção e na composição do campo das artes visuais no Brasil. Criações recentes sugerem, contudo, estar-se constituindo, naquele campo excludente, e em sintonia com transformações em curso em outros cantos, uma representação das sobras, a qual nomeia danos e reclama a condição de parte para aquilo que é considerado resto, redistribuindo, em novos lugares simbólicos, os corpos que habitam o país.

* apoio de I2ADS, com a organização de Rute Rosas (artista e investigadora)

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OFICINA
Frevogue, com Edson Vogue

Trabalhando os princípios de movimento do frevo com seus recortes sociais que levam ao passo, e sua junção com o voguing através das bases organizacionais e dos cinco elementos do voguing femme, a oficina visa ampliar os recortes de feminilidade, pretitude urbana e promoção da individualidade ALGBTTIQ.

- Público Alvo: A oficina é voltada para profissionais e não profissionais da dança que estejam interessados em explorar formas novas de se movimentar e agregar novas técnicas.
- Faixa etária: de 18 aos 50
- Duração: 3 dias, cada aula com 2h de duração (com base teórica)
- Datas: 9, 10 e 11 de julho, 17h às 19h
- Onde: Sala de Espetáculos | Maus Hábitos
- Ficha de inscrição

ARQUIVO -

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13 de Junho de 2019

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